sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Filosofia da madrugada

Talvez esse seja mesmo um bom horário para pensar e repensar coisas. O dia inteiro se passou, você acertou e errou. Mas passou. E no fim do dia pára* para pensar no que fez - ou pelo menos deveria reservar um tempinho antes de dormir para essa reflexão.
Na madrugada, com o cansaço do dia acumulado sobre as costas, a mente mais aberta nos permite chegar a conclusões aparentemente impensadas para as horas de lucidez. E então encontramos a solução para os problemas cotidianos, entendemos perfeitamente o funcionamento da cabeça das outras pessoas e o que as levou a se tornarem quem são hoje. Estudamos um ano inteiro, passamos no vestibular de uma ou duas universidades federais, arrumamos um emprego que pague razoavelmente bem e conseguimos ainda fazer um pé de meia com o salário digno que ganhamos.
Remontamos o passado; vivemos o presente; planejamos o futuro. Tudo isso no calor da madrugada.
As coisas nem sempre são como queremos, planejamos, mas são exatamente como deveriam ser. Eu não pedi pra nascer. Eu não nasci pra perder. Minha mãe diz que eu pedir para nascer sim, e mais, escolhi ela como mãe! As coisas não parecem fáceis? Calma, você tem 19 anos (nem isso), tá começando a viver a vida agora, já passou da adolescência mas ainda não entrou na viada adulta (estou no limbo) e não sofre nem metade do que pensa que sofre.

A madrugada nos permite filosofar demais. Vou dormir agora.

*De acordo com a Reforma Ortográfica, o acento diferencial de para (flexão do verbo parar) e para (preposição) deixa de existir. Um dia eu me convenço disso.

Um comentário:

Junie Nunes de Souza disse...

A madrugada parece uma sala de reflexão... Faço tantos planos enquanto os meus olhos estão abertos, depois durmo... E... Quando acordo... Já não sou a mesma filósofa que fui há poucas ou muitas horas.

Have nice dreams, Fernanda!