sexta-feira, 1 de abril de 2011

A notícia ao alcance de todos

(Postagem orinalmente publicada no blog Jornalismo Famecos no dia 11 de maio de 2010.)

Passei o último final de semana no interior. Interior que eu digo é o interior do Estado. O que não salva Tapejara de ser considerada um quase nada, se comparada a Porto Alegre. O choque dessa transição é grande; são apenas 20 mil habitantes e um centro pouco movimentado. Paz, ar puro, água da torneira; descanso... E muita desinformação.

Não quero, com essa afirmação, dizer que as notícias, os fatos atuais não atingem o norte gaúcho, nada disso. Mas chegam até lá de maneira diferente, e a percepção de um público alvo distinto do metropolitano é visível. É a valorização do local em detrimento do regional, do nacional e do mundial. Debatemos um assunto como esse em aula, essa semana. O professor nos questionou, enquanto futuros jornalistas e, portanto, transmissores de informação, quais destes fatores tem maior relevância na construção de um jornal, noticiário. Nos instigou a pensar - cedo - para quem estamos trabalhando e com que finalidade. Que público desejamos atingir, sobre o que falaremos e como seremos interpretados.

É o que pensei estando lá, em Tapejara. A vida longe do centro metropolitano flui como em qualquer outra parte do mundo. Mas em outro ritmo. E as notícias veiculadas no jornal ou na televisão não surtem grande efeito, pois não atingem diretamente aquele determinado grupo, não abalam seu cotidiano. Sendo assim, o que acontece não passa de fatos isolados dentro de um universo em constante movimento que não pára* de produzir informação.

E quem pensa que o valor da cotação do dólar não atinge a estudantes de jornalismo da Famecos, se esse mesmo estudante estiver a mais de 400km de PoA, aí é que não influencia mesmo. Descanso merecido para a mente.

* O acento diferencial de para verbo e para preposição não existe mais. Um dia me convenço disso.

2 comentários:

Pablo Berned disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pablo Berned disse...

Em relação à tua postagem, essa responsabilidade deve ser assumida por todos nós, profissionais em formação (independente da área de atuação), não como parte mas como fundamento da ética profissional. Se queremos que novos valores e novas práticas sejam assimiladas pela população como um todo, cabe a nós significarmos esses valores e práticas no nosso dia a dia, a fim de convencer aos outros (e sobretudo a nós mesmos) de que um outro mundo é possível. E sou bem otimista em relação a isso. E o acesso e a democratização da informação (sobretudo sincera e de qualidade) passa pelo projeto de sociedade que queremos e estamos dispostos a defender.

Sucesso aí!